domingo, 14 de outubro de 2007

EDIFÍCIOS

É difícil compreender, mas engraçado pensar: no que se transforma um edifício que um dia foi uma igreja evangélica. Sei que os evangélicos não gostam destas terminologias, mas vou falar: parece que há uma energia excedente que continua no prédio mesmo após a saída da igreja, que, por assim dizer, força uma cumplicidade na futura atividade que ali se instalará.
Vejamos se com exemplos serei mais feliz em explicar tal fenômeno.

Onde era uma igreja evangélica, hoje “funciona” um Varejão de frutas. Pensei: A comunidade deu tantos frutos que agora no lugar dos apelos do pastor tentando vender um evangelho suculento, há muitas bancadas de frutas já quase passadas se submetendo aos apertões de senhoras exigentes, não querendo ter um desarranjo intestinal em troca de baixo preço.

Onde era uma igreja evangélica, agora é um Instituto de idiomas. Aí penso: A igreja falou tantas línguas – não estou me referindo ao Carisma, mas à confusão de mensagens e interpretações, como em Babel – que agora, no lugar dos diversos caminhos e soluções apontados pela comunidade, há um único caminho apontado para o sucesso que é aprender uma another língua e cair fora desse país.

Onde havia uma igreja evangélica, hoje funciona uma serralheria. Penso: a igreja criou tantas legislações, que hoje, ao invés de um conselho ditando normas e aprisionando os espíritos, há um homem de máscara e revolver de solda na mão, construindo grades e portões de lanças.

Onde havia uma igreja evangélica, hoje há uma farmácia. Penso: de tanto a igreja prescrever fórmulas de cura, agora, onde havia um ancião ministrando soluções, há um farmacêutico manipulando remédios para todos os males.

Onde Havia uma igrejinha evangélica, abriram uma lojinha de R$1,99. Penso: alguns crentes confundiram tanto o que é de Graça com o que é banal, que hoje há comerciantes ali vendendo tudo o que é quinquilharias quase de graça, dando a ilusão ao cliente de que saem fazendo sempre bom negócio.

Onde operava uma igreja evangélica, hoje é um Banco: bem, acho que não é preciso dizer o que pensei...

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