quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Um Caso de Transtorno de Pica - IV

Como dona Almerinda não possuía recursos - e convenhamos, seis filhos não permite a ninguém que se repare em detalhes comportamentais – só foi saber da doença do filho tardiamente, quando ele já tinha 16 anos. O marido a abandonara logo após o segundo filho. Os outros vieram com seu Alípio, com quem se amasiou. Isso era um motivo que a fazia se sentir culpada pelo grave problema do filho, mas sem em nenhum momento fazer transparecer.
Voltemos então à visita: era uma casa surpreendentemente arrumada. Quando adentraram à sala, os pais de Ataíde sentiram que estavam sendo aguardados. Os seis filhos de dona Almerinda estavam dispostos no malhado sofá em ordem crescente. Selma, Sonia, Samuel e Claudio – o que tinha Pica - Caio e Caiane do pai fujão. Esse cenário pouco mudou durante toda a visita. Sentaram-se nas cadeiras da cozinha que, quase uma com a sala, separados apenas com uma estante de caixotes pintados onde havia vários porta-retratos. Nas paredes havia alguns quadros sem nenhuma estética, como se fossem colocados onde já tinha o prego. Uma pequena televisão ligada, mas sem volume, apenas para distrair a menorzinha que assistia os desenhos.
Tomaram café, comeram bolo caseiro, conversaram coisas de se jogar fora, mas não sabiam como entrar no assunto. Era inevitável que, ora o pai, ora a mãe de Ataíde, varriam o ambiente a procura de, digamos, marcas da doença. Esses olhares terminavam sempre no sofá abarrotado de filhos, que correspondiam com um risinho encabulado e desconfiado.Caiane foi quem se aproximou da mesa e disparou: “querem ver meu irmão comer um prendedor de roupas?”. A mãe de Ataíde engasgou-se com o bolo. Dona Almerinda correu pegar um copo d’água. O esposo olhou para o sofá e os meninos se divertiam. Ele também sorri sem jeito. A que estava engasgada, recuperada, diz a Caiane: “Não é preciso...”.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Babush II

Zonatal

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um Caso de Transtorno de Pica III

Contudo, cada fase trazia uma preocupação; um agravante. Aos catorze anos, quando a pré-adolescência abre a janela para um horizonte com a silueta da sensualidade, Ataíde não poderia ser deixado sozinho, como seria natural, em companhia de revistas masculinas. Literalmente, ele comeria a revista. Apesar de já estar acostumado à ingestão de celulose, nesse caso poderia ter uma overdose. Foi um momento delicado para a família, pois desejavam que ele tivesse uma adolescência normal e de forma alguma queriam constrange-lo com restrições, espionagens, sanções, etc. Mais uma vez os pais souberam acompanhar o momento com muita diligencia e bom senso e em nenhum instante se entregavam à procrastinação. É hora para dizer o que até aqui ainda não fora dito por esse narrador, que desde os primeiros dias da identificação da doença, pai e mãe se revezavam sistematicamente em tarefas as mais insólitas, para não dizer ingratas. Por exemplo, uma investigação diária e acurada das fezes do garoto para, ao mesmo tempo que conhecer suas preferências, tentar identificar a classificação da patologia segundo essas mesmas preferências.
Por falar em classificação, - o que não vem ao caso de transcrever todos os tipos aqui - aqueles pais tiveram contato com uma senhora cujo filho sofreu de um típico caso de Xilofagia acompanhada em grau menor de Urofagia. A primeira se refere ao impulso de comer madeira; o segundo ao impulso de beber a própria urina. Foi a mãe de Ataíde quem, pela internet, conheceu dona Almerinda, mãe de seis filhos dos quais o terceiro possuía o transtorno. Não foi sem muita relutância que a procurou para trocar e, principalmente, aprender com as experiências daquela senhora. Na verdade fizeram-lhe uma única visita. Uma única visita, mas bastou para que se ficassem imagens que custaram a sair da cabeça do casal.

(continua)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

As pessoas que eu gostaria de encontrar no céu

As pessoas que eu gostaria de encontrar no céu,
segundo as normas de salvação
e os critérios de se reconhecer um réu,
é bem provável que no céu não estarão.

Não são anjos que me inspiram;
ocasos deslumbrantes num deserto,
decerto que não seriam.
Ao coro de vozes não me desperto,
nem à intrincada melodia lauta;
saiu do tom o que me intriga...
Desafinou, pulou da pauta
o que me encanta e irriga.

O que alenta um espírito
assim tão frágil tão incauto,
não é o forte nem o fausto;
é vício de vida o que respiro.
As pessoas que eu gostaria de encontrar no céu,
são as mesmas que encontro ao léu.
E as cadelas que vagueiam prenhas
nas calçadas lixando suas mamas...
E um pombo cinza de guerra
que erra por não ser branco,
aos pés do vadio sentado no banco
que banca todo lixo da terra.
O que me lança vivo na fogueira,
não é promessa de vida eterna
ou recompensa devida e terna;
é a vida e a causa
das pessoas e coisas
que eu gostaria de encontrar no céu.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Ponto de Vista


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Babush Calçados


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um Caso de Transtorno de Pica - II

Nessas incursões que faziam nas ciências, pai e mãe de Ataíde Gustavo, foram parar no esoterismo, pois perderam o linear, às vezes muito tênue que separa ciência desse último. É certo que ajudados por uma tia do menino que sempre via umas luzes, umas auras nas fotos em que ele estava. Nunca quis interferir diretamente, mas sempre teve muita paciência em ficar com a criança e lhe trazia luas e estrelas com recheio de caramelo, cartas de tarôs de maizena e outras guloseimas de aspecto não comestível. - Se isso fizera bem ao desenvolvimento do garoto não se sabe, mas o fato é que nunca contavam exatamente tudo aos profissionais. Foi ela, a tia, quem insistiu para que se acrescentasse um “H” ao nome do sobrinho: “Athaíde”, atingiria maior vibração numerológica, uma vez que a soma dos números correspondente às letras daria 12; número de força simbólica muito grande. Embora fosse muito grato à prestativa cunhada, o pai jamais permitiu.
Doze também era a idade de Ataíde Gustavo quando a tia viajou para Índia junto com um grupo que se especializava em cabala. Dizem que ficou por lá e casou-se com um professor. Correspondeu-se por um tempo com a família fazendo suas doutrinações e compartilhando suas novas descobertas no mundo dos mistérios. Depois, sendo o tempo mistério maior, ficaram mais esporádicas e esquisitas suas palavras até minguarem de uma vez. Não sentiram a falta o cunhado e a irmã; estavam noutra. Gustavinho talvez, pois reclamou por um bom tempo a falta das cartas de maizena, que a mãe tentara em vão fazer, mesmo com as receitas.
Nada vem só para o mal nem só para o bem. O bom era que Ataíde Gustavo tinha uma saúde de ferro. Todos os médicos e especialistas por onde haviam passado, já haviam assegurado que ele teria problemas sim, sem um acompanhamento adequado, mas para consolo dos pais, afirmavam que o menino criaria anticorpos poderosos e não era qualquer coisa que o derrubaria. Começando das doenças de infância como catapora, sarampo e outras que nunca contraiu de fato.

(continua)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Um Caso de Transtorno de Pica

Ataíde Gustavo sofria do Transtorno de Pica. Mal também chamado de Alotriofagia, que é um desejo incontrolável de comer coisas não comestíveis.
O diagnostico foi feito tardiamente, mas desde a mais tenra idade já apresentava os sintomas. Isso porque é muito comum crianças até certa idade levar tudo à boca – fase oral – e por se tratar de patologia rara, não dá para ter certeza sem exames e testes numa fase posterior. E Gustavinho, para dissabor dos pais, era um caso.
Depois de confirmada a suspeita dos peritos, a mãe começou a recordar então de algumas situações que nos primeiros anos de vida de Gustavinho, achava estranho, mas como era mãerinheira de primeira viagem, deixava prá lá. Às vezes contava às vezes não, ao marido. Estava explicado porque ele só mamava no peito quando ela colocava o sutiã. Como a mãe percebeu isso não se sabe, coisa do instinto materno. Talvez ela achasse que com o sutiã, o colostro teria um gosto mais aceitável para o paladar de Ataíde, enfim... Foi atrás de alguns sutiãs que havia guardado daquela época – mãe tem dessas coisas – e percebeu de fato que as pontinhas estavam carcomidas, ou melhor, comidas; “carcomida” dá idéia de algo que o tempo e a traça roeram... Mas não! Gustavinho comeu mesmo! Tivesse o bichinho, dentes nessa fase, e ela sentiria na pele.
Houve um período assim mesmo, de descobertas e espantos, após Ataíde Gustavo completar nove anos de idade, quando a doença foi constatada. Sumiços de objetos; um rato que nunca conseguiam pegar apesar das inúmeras ratoeiras e dedetizações; o mistério das xícaras quebradas nas bordas – e tome bronca a empregada; o esquartejamento dos bonequinhos do Forte Apache – e tome chineladas o cachorro; os móbiles capengas sobre o berço; os pequenos buracos na terra no quintal... Agora estava tudo esclarecido. Até as acusações dos coleguinhas do primário, as quais a professora ignorava, de que Gustavinho estava comendo os apontadores e borrachas da turma, agora procediam. A mãe não quer nem pensar muito do que não teria ingerido o seu filhinho na fase oral, quando realmente se juntou à fome a vontade de comer.
Passados esses dias de choque, vieram dias de aceitação e conformismo. O jeito era adaptar o ambiente para o filhinho especial e, como é comum, a mãe foi para a internet, aos grupos de ajuda, associações, etc. Passava horas estudando e lendo sobre casos semelhantes e suas terapias. À terapia também recorreu; individual, família, em grupo. Esta última não deu muito resultado. Pelo contrário, aumentou o sentimento de exclusão que Gustavinho já nutria, pois os monitores que ficavam com os filhos dos pacientes, freqüentemente se queixavam que seus materiais didáticos viravam lanche do gulinha. “Gulinha! Que terminologia mais discriminatória e inadequada...” Dizia a mãe. No entanto, acreditava que a ciência era o caminho e continuou nos estudos, nas consultas, nos exames.
Nessas alturas já estava a família perfeitamente formatada e disciplinada. Já tinham mais uma menina, que tiveram quando Ataíde Gustavo completara nove anos. Veio meio sem querer. Quer dizer, queriam muito outro filho, mas também era natural o medo. Precaviam-se, mas nem tanto. E quando veio a notícia da gravidez, o pai até, meio sem graça brincou: “será que o Gutinho mastigou uns preservativos também?”. No entanto, todo temor com relação à menina se desfez quando ela naturalmente mamou no seio nu.

(continua)

sábado, 29 de novembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Trema - a cena


Esquete apresentada no II Forum Cristianismo Criativo da Editora W4.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um palíndromo


ASSIM EDIR RI DE MISSA.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Neurásticas Eclesioses


Esse é o novo livro do meu compadi Karl Kepler,
que você pode baixar aqui, sem neuras.
Uma pequena análise da situação dos crentes nas igrejas evangélicas brasileiras e dos casos de neuroses instaladas em nome de Deus, acompanhada de um caminho para seu tratamento e cura pelo próprio evangelho.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CPTM

Com putas, travestis e machos,
meu rosto na gota de suor
que escorre do rosto
dum próximo qualquer,
eu via e sentia o gosto.
Uns poros que abrem e fecham
no ritmo da respiração,
quando todos os pelos
que pelo peito dançam
na coreografia cansada,
no parco foco de luz,
sobre cenário feio e vivo.
Embebido eu fico,
mas sem poder aplaudir,
pois não sei onde,
pois não sei como
minhas mãos estão;
se em contato comigo,
ou descansando em dorsos,
nádegas, coxas...
E o vão que separa vagão,
clama sempre, não em vão;
alguém vai lhe atender,
da segura plataforma ou,
d’ aventura da composição,
alguém vai lhe atender...
O cheiro suave
e a brisa fétida;
o ar que nos falta,
a voz que adverte.
Luxação no ombro,
unhas encravadas;
a pressão elevada,
a mulher desmaiada.
Falta energia.
Sobra energia.
Parabéns a vocês
nessa data querida,
a voz que adverte
apaga as velinhas,
comemora-se as mortes
das sufocadas crianças;
dos crucificados
presos às barras;
dos guilhotinados
presos às portas;
dos linxados
presos à vida.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cantando a Capela


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Amando o Próximo


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Você na Cena - Jornada CPPC

Participação do Você na Cena na Jornada Anual do CPPC/SP (Corpo de Pisicólogos e Psiquiatras Cristãos) neste último sábado. O tema era “Pessoas em Situação de Risco e Vulnerabilidade Social – Ações Possíveis” Os conflitos e dificuldades de pessoas ligadas à ONGs ou projetos sociais. Você na Cena é a trupe da igreja Projeto Raízes que vem estudando e apresentando o Teatro de Reprise que é um teatro interativo, baseado no improviso, cuja platéia devidamente aquecida trás situações que serão brevemente encenadas.
Filipe Tonioli, Fábio Davidson, Luciana Lira, Luciana do Vale, Marcial Cortez e Wilson Tonioli – direção de cena (em baixo) . Faz parte também do elenco a Andrea Saba que não estava nesse dia.

Uma cena.

Aqui o protagonista entrou no final.
No canto em baixo a Helena Tonioli - direção de platéia - acolhendo a protagonista da cena, que nesse teatro fica se vendo. (às vezes pode ser convidada a entrar no palco, mas sem jamais ser exposta)
Completam o grupo:
João Ali e Carlos Eduardo: Som/video/luz
Paulo e Susana Rocha: Música
Se quiser conhecer mais de perto o trabalho, venha fazer uma oficina com a gente e, se tiver mais coragem ainda, nos convide para um evento.
obrigado

sábado, 8 de novembro de 2008

Tédio


Vejam o que consegui.
Desde bebezinha já trazia um ar de enfastiada.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Abestinência

No que tange à mediocridade, posso dizer que estou no estado de abestinência. Há alguns anos freqüento o M.A. – Medíocres Anônimos. Aproveito o tema desse ano do Fórum da w4editora para confessar: sou um dependente de mediocridade. Confessar é sempre terapêutico.
Não tem sido nada fácil e cada dia é um dia para se vencer. Tenho revelado ali, junto com outros companheiros, meu testemunho de como fui iniciado nessa droga, os apelos e as armadilhas nas quais, qual um animal selvagem, feroz, mas ingênuo, caí.
Tenho dado muito trabalho aos meus familiares e amigos. Aos inimigos, gozo e preocupação. O primeiro caso quando tenho as recaídas, o segundo quando junto forças e digo: “hoje não vou ser medíocre”.
Só pode falar com propriedade sobre algo quando se vive ou se viveu no algo. Vou tentar. (se estivesse em uma das reuniões do M.A., seria encorajado com aplausos agora)

Há um ciclo, cuja circunferência varia na sua extensão de acordo com o histórico de cada um. Lembrem-se: um ponto de vista é sempre a vista de um ponto.

- A necessidade desesperadora de um talento.
Unzinho que seja, mas você precisa ter. Inexoravelmente você fica convencido disso e convertido a isso.
- O surgimento do “artista” dentro.
Alguém lhe oferece um espelho mágico no qual você contempla o “artista”.

- A retroalimentação do “artista”.
Os aplausos, tapinhas nas costas, “Deus te abençoes”, etç, vão alimentando a sua “arte”.

- A talentalidade sobrepondo-se à genialidade. A técnica à arte.
Nessa fase você acredita que talento e técnica levam necessariamente à arte e está mais comprometido que nunca com a mediocridade. Nessa etapa é que precisa reconhecer que precisa de ajuda. O terrível nessa dependência é que os amigos e irmãos não podem te ajudar e sim os inimigos. Mas quem pede socorro a um inimigo?
(“A mediocridade é a arte de não ter inimigos” – Sofocleto)

Mas se, em chegando até aqui você ainda não reconheceu que precisa de ajuda, das duas uma: Ou aquela pontinhazinha de arte que existe no teu ser é enterrada de uma vez sob o entulho do elogio rotineiro e você se torna um “grande artista”, um “médio crê”.
Ou, qualquer hora você tem uma overdose de mediocridade e se vê no chão da cozinha, o espelho quebrado, dando gargalhadas de angustia e queimando suas “obras de arte”.

Qualquer hora destrincho mais isso aí. Agora tá na hora do meu remédio(cre).



terça-feira, 4 de novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Fechado pra balanço


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

caFÉ com LEI te (11)

Alguém concorda comigo que isso já deu no saco?
Enfim, nos ajude se puder.
.
?ergunte ao ?astor
126- A teologia do supositório liberta da prisão de ventre?
127- Davi criou a doutrina da expiação a partir do episódio com Bate-Seba?
128- E esse nome dela, era seu mesmo ou um apelido maldoso por causa de um fetiche que possuia?
129- Obadias era um profeta que não gostava das noites?
130- Se Deus é “Deus dos Impossíveis”, quem é o deus dos Herculóides?
131- Papanicolau foi o primeiro papa a visitar o colo do útero. Falso ou Verdadeiro?
132- Por que nunca houve missionário para pregar às balas perdidas?
133- A igreja Quadrangular é a única que não está redondamente enganada?
134- Qual era o nome do filho de Tertuliano que jogou no São Paulo F.C.?
135- Por que se separou a dupla dinâmica de teólogos Bultmann e Rubem?
136- Se Noemi, que nota é?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Faça força, faça forca

Faça força para amar;
faça força pra vencer;
faça força pra alcançar
uma forca pra viver.
Faça força pra ser cristão;
faça força pra ser bom;
faça força pra alcançar
uma forca tipo padrão.
Faça força.
Faça força pra ser querido;
faça força pra querer bem;
Faça força pra conseguir
uma forca de alguém.
Faça força pra perdoar;
faça força pra entender;
faça força pra merecer
uma forca a balançar.
Faça força pra sorrir;
faça força pra dizer sim;
faça força pra descobrir
uma forca de cetim.
Faça força pra servir;
faça força pra ter dó;
faça força pra conquistar
uma forca em cipó.
Faça força pra rimar;
faça força pra brilhar;
faça força pra notar
uma forca em cê-cedilha.
Faça força pra esperar;
faça força pra ter calma;
faça força pra contemplar
uma forca só pra alma.
Faça força pra não pecar;
faça força pra não errar;
faça força pra não temer
uma forca se apertar.
Faça força.
Faça força pra se esforçar.
Faça força pra impressionar.
Faça força pra agradar.
Faça força pra justificar.
Faça força pra fazer.
Faça força pra entrar.
Faça força pra orar.
Faça força pra enxergar.
Faça força pra se comprometer.
Faça força pra se adequar.
Faça força pra zelar.
Faça força pra amadurecer.
Faça força pra cagar.
Faça força para ser.
Faça força para ter.
Faça força pra comprar.
Faça força para crer.
Faça força pra decidir.
Faça força pra relaxar.
Faça força para amar.
Faça à força.
Faça.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Corpo Docente


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vista de cima

O colectivo de artistas australiano The Glue Society revelou recentemente ao mundo o seu último projecto. O trabalho é composto por um conjunto de imagens manipuladas digitalmente que procuram representar uma série de episódios bíblicos como se fossem observados de um satélite, tipicamente como no Google Earth. Bacana, mas como diz mesmo o post-ulante, nada que fuja dos nossos estereótipos...
fonte: http://blog.uncovering.org/

Travessia do Mar Vermelho (tem umas coisas do lado esquerdo do mar que eu não sei o que é)
Crucificação

Jardim do Éden; o autor diz para olhar bem para encontrar Adão e Eva.
(eu não vi Adão - oops - muito menos Eva, mas sei que é uma foto pré-pecado, senão já não haveria tanto verde assim...)

Arca de Noé encalhada.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

sábado, 11 de outubro de 2008

Rua Sem Saída

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Se Jargão Fosse Equação

Desculpem, tirei uns dias pra dormir. Dormimos não apenas para fugir de algo, mas também para descansar. Pensei que dormir muito me faria acordar noutro tipo de existência, mas não; só o solo áspero dos sonhos.
Continuo preguiçoso. A fome dos gatos lá fora continua. Um pedinte toca insistentemente a campainha; quer trocar de vida comigo... Não verei nenhum Cristo hoje.
Bem, mas vamos lá a um sonhadelo que tive:

Se jargão fosse equação

De primeiro grau:

1)
Papai do céu fica triste= X
Papai do eu fica triste= X
Pai, doeu ficar= X
X= Pecar

2)
Cuidado olhinho com o que vê= X
Cuidadinho como vê= X
Cunho comove= X
X= Cunho, como vê
X= Cunho

3)
Vem com Josué lutar em Jericó= X
Vejo luta em Jericó= X
Jó luta em jerico= X
ó lutero= X
X= luto

4)
Pedro, Tiago, João num barquinho= X
X=Pedro, Tião num bar
X=Peão nu mar
X=Penar


De segundo grau:
(passem o cursor sobre as operações para ver a barra dos fatores, pois não consegui sublinhar no blogger)

1)
Sou presbítero emérito dessa igreja= X
Sou preso em rito dessa igreja= X
Sou perito dessa igreja= X
Sou perito = X
a igreja
Super = X
igreja
X= Suga

2)
Heresia no seio da congregação=X
X= Ia no seio da grega
X= anseio da grega
X= segrega

3)
Fomos chamados para fazer diferença=X
Fomos amados para fazer diferença=X
Fomos dos faz e fere=X
faz e fere =X
modos
X= fazer modo
X= fado

4)
Abrace o irmão do lado=X
Abra o irmão do lado=X
Abraão doado=X
Abobado=X
X=Boba
X=Oba!

5)
Ministre ao seu irmão=X
Mina o seu irmão=X
Não seu irmão=X
Não eu irmã=X
X=Não irmã
X=Na irmã
X=imã

6)
Vamos declarar vitória=X
Amo declarar vitória=X
Amo clara vitória=X
A moratória=X
X=A oratória
X= À toa
X= Toa

7)
A igreja é uma comunidade terapêutica=X
A igreja com unidade terá ética=X
A igreja com idade terá ética=X
Aja com idade tétrica =X
Já come rica =X
X= cômica

8)
Se o deus é pequeno o problema é grande=X
Se eu é pequeno o problema é grande=X
Seu pequeno problema é grande=X
Se peque no problema, ande=X
no problema = X
ande
X= mande

9)
Deus é fiel; e você?=X
Você =X
Deus é fiel
=X
Deus e fé
X= Fé,euuuuuuuuuu?

10)
Deus merece o melhor=X
eu merece o melhor=X
Eu mero =X
melhor
X= Melhor eu
X= Meu

11)
Deus dos impossíveis=X
Eu =X
impossíveis
Eu =X
posse
X= Pose

12)
Devemos viver o que pregamos=X
Devemos ver o que pregam=X
vemos o que regam=X
só que regam =X
vemos
X= só que revemos
X= só queremos
X= somos

13)
Vamos tomar posse da benção=X
Vãos tomar pose da benção=X
Ao topo da benção=X
poda benção=X
X=poção

14)
Há um mover do Espírito em nosso meio=X
A ver o Espírito em nosso meio=X
A ver o rito em nosso meio=X
Ave em nosso meio=X
Avesso meio=X
X= Vê só meio
X= Vê som
X= Som

15)
Estamos numa batalha espiritual=X
Estamos numa talha espiritual=X
Estamos num tal ritual=X
Amo um ritual=X
X= Ao ritual
X= Atual

De terceiro grau:

1)
X= O Senhor vai operar maravilhas hoje, amém? / Aleluia³
Se vai operar maravilhas hoje, amém? = X
Aleluia. Aleluia. Aleluia
X. amém= Se varar maravilhas hoje? Aleluia Aleluia Aleluia
X. amém= Sevar maravilhas hoje? ALELUIA!
X. amém= Se valha hoje? UIA!
X. amém= Se valha hoje? UIA!
E vale há =X
amém
X= Valem

2)
Obrigado Senhor pela liberdade de culto=X
Briga do Senhor pela liberdade de culto=X
ganho pela liberdade de culto=X
ganho piedade de culto=X
ganho piedade =X
culto
X= ganhe oculto
X= oco

3)
Nesse momento de culto (ofertas generosas), o Senhor desafia nossa fé=X
X=
(Ofertas generosas)
Nesse momento de culto, o Senhor desafia nossa fé
X=
(Onerosas)
Nesse moto de culto se desafia nossa fé
X=
(Onerosas)
esse oculto desfia nossa fé
X=
(Onerosas)
o culto desossa fé
X= Onera o culto dessa fé
X= Era Cult essa fé
X= Era f, ééééééééééééééééé
(resultado em dízimo periódica)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Back to Black

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pensar dores

- NIETZSCHE!
- Saúde.
- Obrigado.
- Tá Marx eim?!
- Tô com uma Adorno corpo danada...
- Cuidado eim, com mosquito da Heidegger.
- Arquimedes que eu tenho de ficar doente...
- Estou brincando.
- Acho que foi o Schopenhaeur de ontem?
- Quânticos?
- Sete, e cinco Pasteur de Bacon.
- Nossa! Fosse eu teria posto os Boff pra fora.
- Sabe como é... Um tira Agostinho aqui outro ali...
- Sei, e acaba no Soren...
- É só uma Wittgenstein.
- Quer um Karl de fruta?
- Zenão, obrigado.
- Você precisa parar com essa mania de Feuerbach todo dia...
- Pascal é o problema?
- A coisa pode ficar Rousseau pro teu lado.
- Que nada... Só preciso tirar uma Sêneca e tudo bem...
- Sartre dessa vida!
- O problema é que eu Goethe tanto de cantar num Karl o que...
- Hannah?
- É isso mesmo... Quem Kant seus Tales espanta.
- Ora, me Popper!
- Vai me dizer que não Goethe de Tomás de Aquino com os amigos?
- Gustav, não Goethe mais.
- Nem Jung golinho?
- Não!
- Max por quê?
- Gustav, até o dia que não pude Voltaire pra casa sem ajuda...
- Isso é Freud mesmo...
- Anaxágoras mudei o Foucault da minha vida.
- É?
- Por isso, Newton nem aí se quiser se acabar, mas não Comte comigo.
- Spinoza senhora! Senti uma Pitágoras de amargura aí...
- Problema Ptolomeu.
- Calma! Einstein com algum problema?
- Desculpe... Ando me sentindo Schleiermacher...
- hum, hum...
- Tenho medo de ficar Sócrates...
- Besteira.
- O médico disse...
- Pode falar, o Kierkegaard que seja...
- O médico disse que estou com... Strauss.
- Puxa! Que nada a ver... Mas não Descartes a possibilidade.
- Platão Confúcio pra mim.
- Heigel a cabeça rapaz!
- Acho que eu é que estou precisando de um Schopenhaeur...
- É assim que se fala! Quer do claro ou Epicuro?
- Epicuro.

- NIETZSCHE!
- Zeus te crie.
- Arendt.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ver-me Verme

Antes de falar mal daquilo que amo,
pense no que podes fazer de amável.

Pode ser que, sendo sujo e detestável
aquilo que lindo e raro chamo,
enoja-o, pois longe se há de Deus
e próximo da mazela que rebuças.

Chamo a dar-te teus braços aos meus
e juntos rodearmos o fosso das buscas.

Não seria ele, o diabo, o mal, o feio,
quem mais dele, do Deus, do sumo bem,
perto esteve e impressionado veio
com as palavras que melhor o descrevem?
Este que digno não se viu
para que ao lado daquele convivesse
e em cuja presença torna vil,
como pueril a intenção mais nobre.

Tem a ver com a beleza de um Deus,
quando o tosco e o louco
deixam vazar por delicado sulco
o perigoso rio do inefável.

Acusa-me e consola-me
quando ao ver-me verme,
no nítido reflexo corrente,
a imagem rica e indigente...

Tudo isso como a seco,
sem nenhum diabo para amassar,
pois que o pão já é duro
e a fome não parece passar.

Mendigo dádivas daquilo que amo
àqueles que esnobam sua lama.
Para Deus venderam a alma;
ao diabo apenas o corpo.

Zona da Resposta

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ca FÉ com LEI te (10)


?ergunte ao ?astor

116 - Adão tinha umbigo?
117 - Quem não defende nenhuma grande tese vive sem tesão?
118 - Por que os seguidores do Cravocruz brigaram com os seguidores do Rosacruz?
119 - Os religiosos que vivem com uma funda na mão são denominados fundamentalistas. Falso ou Verdadeiro?
120 - Miquéias foi um profeta menor que pregou na Disneylândia. Falso ou Verdadeiro?
121 - Se houver cisão na igreja Projeto Raízes e parte dos membros se juntarem a outros dissidentes da igreja quadrangular, nascerá a igreja Raiz Quadrada?
122 - Os sapos que freqüentam a igreja da lagoinha lavam os pés uns dos outros?
123 - Um seminarista só diz meias verdades?
124 - A algazarra que fazem na igreja e com a igreja é devido a uma má interpretação do que Jesus quis dizer com: “ser como uma criança”?
125 - O que leva uma pessoa, que se diz cristã, a perder seu precioso tempo formulando questões tão irrespondíveis quanto insignificantes?

Extra! Extra!

Alguém me ajudaria com uma manchete pra isso aí?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Culto Circuito

- Vai uma bolinha de neve?
- Não obrigado...
- Deixe de ser quadrangular.
- Antes quadrangular que independente de drogas...
(silêncio)
- Quer jogar epístolas?
- Prefiro jogar penteca.
- Hebreu eim... Sou milhomens rapá; isso é jogo de presbi!
- Falô varão! Aposto que curte um gospel a distancia...
- Pra falar verdade, xadrez.
- Ah! Confessou! Apóstolo que teu negocio é mexer com bispos!
- E comer a dama principalmente...
- Porco calvinista!
- E você é um malafaia sem alça do carisma!
- Isso vai lhe custar kairós.
- Vai entrar com uma unção contra mim?
- Pode apostatar.
- Vai em crente então. Templo é dinheiro!
- Vou te por no episcopal!
- Você vai entrar pelo canon, só isso.
- Quero mais que você gomorra!
- Hebreu eim... Vai soltar os pastores em cima de mim agora?!
- Não sabe do que eu sou a paz...
- Vai em crente... Uma lagoinha só não faz valadão...
(silêncio)
- Fique sabendo que eu não estou jó.
- Não tenho medos nem persas de você.
- Então vai aprender a não meter o nazireu onde não foi vocacionado.
- Você não devia me salmodiar assim...
- Vou acabar metendo a mão na sua ovelha.
- Vai em crente! Ou precisa de a judas?!
- Fico púlpito com isso!
- Com o que?
- você está Calvino de saber... Essa tua cara de cântico.
- E você é um perfeito palhaço de circuncisão!
- Vou te pecar lá fora...
- Pode vim... Vou arrebatar com você...
- xxiiiiuuu, o culto está começando...
- Bom culto pra você.
- Deus te abençoe.
(silêncio)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Espécies

Um beija-flor alimentando seus filhotes,
vale menos que uma tartaruga de pente,
que vale menos que a garça e se sente
menos que uma arara nada rara,
que se troca por dez beija-flores...
Mas que também vale menos
que um mico-leão-dourado,
este sim, raro e procurado,
mas nem tanto com’a onça-pintada,
qual feitiço só nos poupa
quando fisgamos a garoupa.

Uma mãe amamentando seus coitados,
vale menos que uma dama cínica,
que oferece uma dança à corrupção,
mas que vale menos que deputados
que vendem a honra por posição;
sem chegar aos pés dos biocos
atores do senado longe da extinção,
que valem menos que outros bichos,
sorrateiros e tanto mais sinistros;
uns bacharéis e uns ministros,
orgulho das espécies da nação.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Trema

  • E agora?
  • Encare a realidade... Fomos extinguidos.
  • Sem direito de argüir...
  • arguir, você quer dizer...
  • E o “U”... Aquele falso!
  • Ele não tem culpa.
  • Mas poderia ter feito alguma coisa por nós.
  • O que faria?
  • Não sei, mas sempre dependeu de nós pra ter voz...
  • Pois é parceiro, agora não depende mais...
  • Não vou agüentar.
  • Aguentar, você quer dizer?
  • Não sei como você pode ficar tão tranqüilo.
  • Tranquilo?
  • Para com isso!
  • Desculpe... Só quero te ajudar esquecer.
  • Como? Acho que você é que tem que cair na real. Não existimos mais! Somos dois defuntos conversando!
  • Calma, amigo. Podemos ser reaproveitados; reciclados. Tá na moda.
  • Não dá! Um pontinho é alguma coisa, três juntos também... Mas dois pontinhos não são nada!
  • É verdade. Por que não acabaram com aquele três-pontos?! Vivem deixando as coisas no ar.
  • Politicagem, essas coisas...
  • Espera aí; e se eu subisse em cima de você?! É isso! Poderemos ser um belo e atraente Dois-Pontos!
  • Nem pensar! Você sabe que um ponto em cima do outro é sempre oportunidade pra alguém falar.
  • Deixe que falem.
  • Já estou imaginando: olha lá! Aquele não era o Trema? Que degradação! Que vergonha!
  • Não liga. O mundo está mudando. O importante é estar feliz.
  • Tá. Mas por que não eu em cima de você?
  • Pode ser. A gente reveza.
  • Não! Prefiro ser um delinqüente.
  • Delinquente! Delinquente!
  • schif...rschif...
  • Você tá chorando!?
  • Me deixa!
  • É isso! Tive uma idéia!
  • Desiste.
  • Você que me deu essa idéia!
  • Ahnn?
  • A gente "se deixa" por um pouco. Procuramos outro Trema e propomos uma saída para ambos os quatro.
  • Não to entendendo.
  • Veja: dois Tremas juntos podem dar num Ponto-Final e uma Reticências!
  • É mas...
  • Mas o que?
  • Um ficaria só.
  • Sim, mas decidido e assertivo como um Ponto-Final! Um Ponto-Final não tem crises!
  • Não sei não...
  • Está bem! Eu fico sozinho e você vira uma reticência junto com os outros.
  • schif...rschif...
  • O que foi?
  • Você é tão frio...
  • Estou buscando uma sobrevida pra nós, só isso.
  • Aquele “U” traidor do cassete!
  • Esquece cara!
  • Não me conformo.
  • Olha... De repente você pode conhecer uma vírgula interessante e subir nela, com o seu consentimento é claro.
  • E me tornar um ponto-e-virgula?! Quem liga para um ponto-e-virgula?
  • Pelo menos ele existe... E quem liga para um Trema velho, inútil e resmungando pelos cantos?
  • Vou iniciar um levante com outros Tremas!
  • Tá, e daí?! Sem o “U” vocês são manchinhas no papel. Cocozinhos da impressora. O cara simplesmente amassa a folha e imprime outra.
  • Arrumamos um líder eloqüente...
  • Sim, arrumam um líder ELOQUENTE e ficam em frente da casa da Ortografia gritando: “Tremas! unidos! Jamais serão vencidos!
  • É e daí?!
  • A Ortografia vai achar engraçado. Um monte de pontinhos juntos é só uma textura e logo virão os tiros de bala de borracha para apagar todos vocês.
  • Podemos formar Tremas kamikazes e espatifá-los em cima dos textos!
  • Tá, mas aonde vocês vão achar esses mártires? Coragem nunca foi virtude dos Tremas... O nome já diz: Trema. Tremerão de medo, e mesmo se acharem algum louco, tremerá tanto que cairá fora do texto e do contexto.
  • Vou me matar.
  • Morto você já está... Você quer dizer, se apagar? Se deletar?
  • É.
  • Ninguém vai ligar...
  • Nem você?
  • Não é isso! Estou dizendo que ninguém vai ligar os fatos, que você se deletou pela causa dos Tremas.
  • Tudo bem. Não me importa. Quero me apagar por mim mesmo. Vai ver se eu não tenho coragem...
  • Tive outra idéia!
  • Nem vem!
  • É sério. Lembra daquele cara que conhecemos num texto alemão?
  • Müller?
  • Isso! O bilíngüe!
  • Que que tem?
  • Podemos ir para lá com ele!
  • Como?
  • Entramos num texto e negociamos com uma mulher...
  • Uma mulher? Que tem a ver?
  • Procuraremos até encontrar uma que já não queira mais ser mulher com “h”...
  • Mulher com “h”?
  • Sim! Aí substituímos o “h” por mais um “l” e pronto! Temos um Müller para fugirmos, nós três!
  • schif...rschif... Você é demais. Eu te amo!
  • Vem, vamos achar nossa salvadora e brindar esse nosso último texto nessas terras!
  • schif...rschif...

Cai o pano.

F I M


terça-feira, 9 de setembro de 2008

Era uma vez um Deus que ninguém amava

Era uma vez um Deus que ninguém amava...
Pudera, inalcançável era.
Só conseguia fazer com que o buscassem; desesperadamente.
Era um Todo Poderoso que ninguém imitava.
Só conseguia fazer com que o temessem.
Sublime e triste,
só conseguia que o cultuassem.
Até que gostava dos cultos, sacrifícios, respeito...
Mas tudo virava tédio. Solene tédio.

Como um Deus - pensava ele - pode não poder algo?
Sou capaz de amar, mas não me fazer amar...
Resolveu arriscar – vou me confessar, pessoalmente.
Seja o que Eu quiser!

Auto-transformou-se em alguém fragilmente amável
e veio brincar no quintal do mundo.
Agora corria, sorria e transpirava;
tocava, abraçava e fugia;
chorava, comia e bebia;
sofria, gritava e gemia...
Até que finalmente ele conseguiu que alguém dissesse:
Um Deus assim eu consigo amar...

Dizem que nunca mais foi o mesmo,
e que ainda é visto andando por aí...
Nas ruas, campos e praças a esmo,
mas já não o podem ver aonde vai.
Dizem até que foi sonho,
e jamais houve um Deus pra se amar.

Era uma vez um Deus que ninguém amava...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Banco Imobibliário temático

Agora você já tem um bom motivo para matar o culto no domingo.
O novo Banco Imobibliário trás o universo evangelical como tema, para agradar crentes e pagãos. Você pode jogar com sua família, vizinhos ou mesmo na sua Koinonia (aqueles grupos que alguns chamam de Célula; Pequeno-grupo... Na verdade um segregamento natural de pessoas de uma comunidade que pensam mais ou menos do mesmo jeito. Os mais maldosos chamariam de panelinhas... Mas isso não importa).

As regras são as mesmas do jogo que você já conhece, com exceção dos valores, que é pago ao banqueiro em porcentagem do salário (renda bruta).
O objetivo também é possuir o monopólio do mercado imobibliário.

Não recomendável a crianças pequenas por possuir “peças” que poderão ser “engolidas”.

Boa diversão!

domingo, 31 de agosto de 2008

ENENEM

(Exame Nacional Evangélico Neófito de Ensino Medíocre)

1 – Grupo surgido nos anos de 1970 com acampamentos para jovens.

a) Jovens da Verdade
b) Jovens da Convicção
c) Jovens de perna-curta
d) Jovens de verdade


2 – Grupo de música gospel surgido em Belo Horizonte:

a) Atrás do Trono
b) Diante do Trono
c) Do Lado do Trono
d) Eu Que Não Me Sento no Trono De um Apartamento Com a Boca Escancarada Cheia de Dentes

3 – Comunidade evangélica neopentecostal fundada em brasília:

a) Sara Nossa Terra
b) Trata Nossa Água
c) Cura Nosso Fogo
d) Purifica Nosso Ar

4 – Mega Igreja Evangélica de Belo Horizonte:

a) Igreja Batista da Lagoinha
b) Igreja Batista do Riozinho
c) Igreja Batista do Encapelado Mar
d) Igreja Batista da Areia Movediça

5 – Grupo musical do início da década de 1970:

a) Grupo Argola
b) Grupo Elo
c) Grupo Algemas
d) Grupo Prisão Domiciliar

6 – Músico Evangélico:

a) Guilherme Kerr
b) Guilherme Desejaa
c) Guilherme Solicitaa
d) Guilherme Kerr-Mass-Quee-Deuss-Façaa-aa-Suaa-Vontadee

7 – Pastor de uma grande igreja pentecostal no Rio de Janeiro:

a) Silas Malafaia
b) Muller Malafaia
c) Silas Mala-sem-alça-faia
d) Silas Pochete-não-faia

8 – Igreja de São Paulo que não sai da TV não importa a hora que você ligue:

a) Igreja Internacional da Graça de Deus
b) Igreja Gremista da Graça de Deus
c) Igreja Grenal da Graça de Deus
d) Igreja Time-e-religião-não-se-discute da Graça de Deus

9 – Igreja pentecostal baseada em quatro fundamentos:

a) Igreja do Evangelho Quadrangular
b) Igreja do Evãgélico Quadrado
c) Igreja do Evangelho Trapezoidal
d) Igreja do Evangelho cuja soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa

10 – Igreja dos surfistas:

a) Bola de Neve
b) Bola de Gude
c) Bolinhas de Neve no Céu com Diamantes
d) Pé Grande

11 – Movimento evangélico que perturba o trânsito em Sampa:

a) Marcha pra Jesus
b) Câmbio pra Jesus
c) Ré pra Jesus
d) Ponto Morto pra Jesus

12 – Autor de Confissões de um Pastor:

a) Caio Fábio
b) Caiu Fábio
c) Tropeçou Fabio
d) Tudo-Bem-A-Graça-Taí-Pra-Isso Fábio

13 – Apóstola e pregadora da teologia da prosperidade:

a) Valnice Milhomens
b) Valnice Trilhomens
c) Valnice Homens-a-dá-com-pau
d) Valnice Palmitomens

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um palíndromo

RODEIO: BOI E DOR.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Haicai

Haicai, mas levanta,
nem outono me abata;
sei que hei de vã ser.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Luta greco-romanus


Em Contos de Mulheres...

Ah se eu fosse mulher... Só com meu lado feminino não me deixaram fazer inscrição.

domingo, 24 de agosto de 2008

Emos também amam


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Aliterações Biográficas

Alexandre aleijado alega achar alento no chão.
Almir armou amor, mas amargou.
Arnaldo que de noite nada e que de nada adianta.
Augusta de angustia e agouro agora agonia.
Armaram armadilha no armário da mãe do Mário.
Aparecido apareceu pálido de pele e de peito.
Carlos carrega curiosa casa nas costas.
Décio desceu decepcionado degrau da catedral.
Disseram que o Dilson adora Deus descalço.
Diana é dama, mas um dia na droga dá um drama danado.
Davi duvida da vida que Deus dá.
Elenice elegeu-se elegante e alienada.
Francisco cisco franzino e só.
Hildebrando driblando o bando debandou.
João julgado joio jogou-se do Chá.
Luís logrou alegria no litro.
Marta sem meta meteu-se em morte.
Mauro não é mau, mas mora mal.
Maria morava onde minava mar.
O peito de pato no prato preto de Pedro é pedra.
O agaivê agarra Ivete que inverte as vestes.
Roubaram a rota roupa do Roberto na rua.
Silvio se viu salvo da surra só não da sua sina.
Telma temia tudo e todos.
Naldete na noite, Dionízio de dia, Gil com a gente.
Em Cristo Cleuza creu e curou a crise.
Amélia melhorou.
Naor não.

Dedicado aos trecheiros (morador de rua); também à minha mulher, pela luz que lhe pertence de descobrir e cobrir almas - Maio/99

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

domingo, 17 de agosto de 2008

Quem seria?

Filho de judeus.
Influenciado por três culturas.
Foi advogado.
Foi para o sanatório após a primeira relação sexual.
Depois teve vários casos amorosos e não se deu bem em nenhum.
Quase casou por três vezes.
Segundo Theodor Adorno, até "as deformações em sua obra são precisas".
Morreu num sanatório.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Zona da Reforma - Não confunda Sala do Conselho com Gole do Carvalho

ca FÉ com LEI te (9)

?ergunte ao ?astor
105. De onde era natural São Francisco de Assis?
106. Pratica o panteísmo quem acredita no que diz a rádio Jovem Pan?
107. Se a palavra tem poder, por que a letra é morta?
108. Uma igreja fundamentalista é construída apenas com madeiras de lei?
109. Quem aspira as coisas do alto está limpando o teto de casa?
110. Que igreja possui o recorde de lançamento de pedra fundamental?
111. O Saltério é a coleção de hinos que devem ser entoados saltando ou apenas por aqueles de salto alto?
112. A cúria romana é o órgão no Vaticano que trata das pessoas doentias?
113. Num blog não cristão só há post ídolos?
114. Um rei tirano é o que tira dos outros?
115. O japonês cristão é o aji-no-moto da terra?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Revista greja (2)

domingo, 10 de agosto de 2008

O d i a d o s pais

Odiados pais...
Como de Cartola
que não o viu mais;
logo foi embora.
Como de Kafka,
tipo castrador;
nem alma fica.
Fica trauma e dor.
Odiados pais;
pai de Mahler
como outros tais
batem na mulher.
Por causa do pai
sofreu Dostoievski
da culpa que não sai:
castigo sem crime.
E para Tennessee,
que pai o esperava?
O que não tem em si
nem carinho nem arte.
O pai de Winehouse,
mal ela nascera
arrumou companheira
e por fim outra casa.
Odiados pais...
Pais que nunca existiram,
cujos filhos vagueiam,
comuns e infames.
Lixeira das mazelas do mundo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Quem seria?


Filho de pastor.
Gastou boa parte do seu tempo traduzindo a Bíblia.
Reprovado na Universidade de Teologia.
Fracassou também nos estudos na Escola Missionária Protestante.
Mesmo assim foi missionário entre mineiros.
Era chegado na prima.
Gostou de uma prostituta, mas o pai abominou a idéia.
A família também o impediu de namorar a filha de uma vizinha. A coitadinha tentou se matar.
Chegado em absinto.
Deu ouvidos a uma prostituta e morreu de tristeza.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Amo Amy



O que me deixa puto mesmo – desculpem, talvez “indignado” seria melhor palavra e caberia melhor a um bom cristão (o que não sou) - é como a sociedade se alimenta da carniça do outro como dieta para se sentir saudável. Urubus que acreditam que o que está em decomposição faz bem à cútis. Vermes que devoram por dentro, deixando oca a vida de qualquer um que tenha caído, deixando-a sem passado, sem história, sem memória... Acreditam que assim suas reputações ganham rigidez, tal qual fica rígido o abdômen de alguém de tanto “malhar”.
Tem circulado através de e-mails pelo mundo inteiro, fotos da cantora e compositora londrina Amy Winehouse, ganhadora de cinco Grammy Awards, onde se exibe a transformação decadente, que julgam ser física e moral, que sofrera nos últimos meses.

Graças a Deus, já não encaminham para mim essas coisas. Vejo na máquina de colegas que me mostram. Tento dizer a eles que a tela do monitor é um espelho... Nada respondem. Irritado, digo que é fácil acabar com a vida de alguém hoje, espalhando fotos, ignorando fatos... Aí começo a criar um clima; desfavorável. Digo que nós precisamos dessas imagens para nos sentir melhor, que quanto mais ela estiver suja, detonada e louca, mais nos acharemos limpos, irrepreensíveis e sãos... Nesse momento os caras já dispersam, uns, na boa, se revoltam comigo, mas cada um volta pro seu trabalho... Sinto-me como um peido: o que desfaz qualquer roda de conversa.

Engraçado que todos – especialmente os cristãos - acham lindo aquele episódio narrado no Evangelho segundo S. João, em que levaram a Jesus uma mulher flagrada em adultério e como todos que a queriam condenar ficam desconcertados com uma única frase do Mestre. Todo mundo conhece. Que lição ficou para a humanidade! Só que continuamos com o mesmo jeito de ver as coisas e pessoas. Hoje não apedrejamos, mas temos a mídia, os e-mails, que são bem mais doloridos e penosos que pedras, pois matam mais devagar. Muitas vezes, o que é bem pior, alguém é assassinado sem morrer.

Como não tenho a paciência e a inspiração de Jesus, de ficar escrevendo na areia enquanto o teatro da hipocrisia se manifesta, vou soltando os cachorros e os demônios pra cima de todo mundo. Como nada disso tem a força de uma só palavra dEle, a única coisa que consigo é ganhar a antipatia de muitos. Só não sou crucificado porque também tenho meus mecanismos – hipócritas – de defesa e nem sou, ainda, tão louco e tão corajoso assim. Quem sabe um dia.

Chega de falarmos que Deus ama o pecador mas odeia o pecado. Pregamos isso porque só sabemos fazer separar pessoa de pecado. Deus ama o pecador, e pronto. Deus ama Amy, e ponto.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Mundo é Um Moinho (mesmo)


Cartola com seu pai.

Aflicção Científica

Num tempo em que já se faziam serem humanos em série e a ciência norteava as ambições, desnorteados e aflitos ficaram cientistas que conceberam pais.
Contratados pelo governo de um país do primeiro-mundo, – agora se entendia melhor esse título: queriam o mundo primeiro para eles – tais cientistas tiveram as maiores boas intenções - de boas intenções esses países estão cheios... Acreditavam que uma sociedade feita de famílias sob o jugo de um pai vigoroso, decidido, pertinaz, objetivo, seguro de si, assertivo, calmo, persuasivo, competente, religioso, responsável, honesto, fiel e outras tantas virtudes mais, que coubessem num chip, seria uma sociedade exemplar. Teriam então, a raiz para estruturação ideal de toda civilização: um país de pais pré-concebidos. Pré-con-sabidos.
Juntou-se tudo o que se tinha de melhor: biografias invejáveis; todas as reconhecidas obras sobre educação, pedagogia, psicologia, filosofia, tratados de auto-ajuda, milhões de dados técnicos juntamente com resultados de experiências entre famílias; e não esqueceram também das religiões e tudo de bom que cada uma delas tinha a dizer. Nada fora esquecido, para que, ao se processar tudo nesse liqüidificador mágico-científico, num futuro mais que perfeito, oferecessem à humanidade, perfeitos pais.
A primeira série de pais ficara pronta e foram apresentados para o mundo num grande congresso. Foram sabatinados e aprovados em todos os itens: como agir diante de birras; como convencer uma criança de seis anos a largar a chupeta; o que aconselhar para a menina que começa namorar; como se portar diante dos amigos dos filhos, como impor limites, quando dizer não, quando dizer sim, como não por a culpa na mãe e assim por diante.
Em larga escala, esses protótipos de pais começaram a ser produzidos e até exportados. Não importava a cultura de qualquer que fosse a nação e lá estava o pai-padrão. Era uma questão de tempo agora, para que se observassem os progressos e efeitos benéficos nas sociedades.
Passaram-se alguns anos e tudo corria bem com aquelas famílias de pais-padrão... Muito bem. Bem demais. Tudo muito equivocadamente perfeito foi o que se leu num relatório elaborado pelos gestores do projeto. As coisas estavam andando dentro de uma normalidade anormal; uma paz impertinente. Os bebês não choravam; o garoto não caía da bicicleta, nem, quando mais velho, brigava jogando futebol. Irmãos não discutiam na mesa do jantar, nem reclamavam da comida. Meninas não escreviam nada de seus conflitos, pois nem diário nem conflitos tinham. Nem choravam por paixão alguma. Filhos sem erros sem machucados; moleques que não sujavam roupa; não levavam broncas. Crianças sem criatividade, sem surpresas, sem sonhos... Nem aquele aperto no peito, que noutros mundos não sabiam o nome e que martirizavam pessoas quando distantes de seus queridos (saudades), nem a isso sentiam aqueles pais.
Um recall foi anunciado para troca averiguação, mas já era tarde demais. Alguns pais foram devolvidos à matriz do invento, acompanhados de ações contra aquela empresa daquele Estado, cobrando “ressarcimento dos transtornos pelo excesso de bem causado por tais pais às famílias...”.

Houve sim, notícias de uma família, sabe-se lá em qual desses países fora da nova-ordem, e que estavam realmente satisfeitos com seu pai. Isso em virtude de um defeito que apresentou, ou um “pau” no seu sistema central, que o levou a amar. Amou sua mulher e filhos. Constavam também das informações que chegou a se irritar com sua filha que não saía do Orkout (um Orkut mais avançado que dispensava teclado). Na época, por causa desta falha, a notícia foi abafada pela Cia de seguros da Empresa que gerou os seres. O mundo nunca soube que alguém fora feliz com um daqueles pais; nem os próprios cientistas perceberam o sucesso da falha, escapando-lhes a grande descoberta de que a vida jamais caberia num chip.

domingo, 3 de agosto de 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Amem. Amém.

De tudo que há para se dizer amém,
certamente o que nos move a amar
é o que se deve perseguir, e convém
que se desprenda do muito clamar.
Não precisamos de mais nada.
Nada nos pode deixar em paz,
nem o choro nem a risada,
horizonte, o essencial e fugaz.
Você não precisa de um deus,
nem precisamos de um sonho.
Não precisamos dos ateus,
nem de um rito enfadonho.
De tudo que dizem necessário
e que só faz escoar pelos ralos,
dos verbos e dos predicados,
só preciso do amor e de amar.
Você não precisa da Veja.
Você não precisa da Net.
Você não precisa da igreja...
E nem precisa dar certo.
Você não precisa de auto-ajuda,
não precisa vencer,
nem vir a ser,
estabelecer...
Nem de família nos porta-retratos,
se o amor se desprende dos atos...
Nem de amigos aos montes, Orkut,
se não curtes afeto, abraço.
Não preciso carregar tralhas,
nem falhas ter que preencher.
Sem amar e sem amor, vou ser
eu próprio uma fenda no mundo.
Se a uma coisa só devesse me agarrar,
como quem ao filho do abismo salva,
e se do amor fizesse corda e aljava,
dele e só dele não me deixaria esgarrar.
De tudo o que seja imprescindível,
- não como uns barcos de papel
que, encharcados do tempo pesado,
vêm-se desmanchar e naufragados
- fica só o só amor impermeável.
Você não precisa de sabedoria,
pasmem, nem da poesia.
Quebram-se em mil letrinhas
se do vaso se entorna o amor.
Não precisamos do silêncio,
da paz ou da solidão.
Segurança da experiência,
amuleto da oração.
Não precisamos de irmão.
Mito, guru, padre, pastor...
Se da fé se exorciza o amor.
De onde vem que nos seja dado,
emergir do oceano das vaidades
sem a nenhum amor estar agarrado?
De tudo o que se deve temer,
e que tornam desveladas as noites,
habitar-se num’alma sem amor,
será e é meu querido e único algoz.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Editora Imundo Cristão (8)

Atendendo a oraç... pedidos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Você na Cena



Este é uma parte do grupo de teatro do projeto Raízes. Na primeira foto, Luciana do Vale, Marcial, Andrea, Luciana Lira, Tonioli e Pipão (mais conhecido como Filipe Tonioli). O João Ali e o Carlos Eduardo na iluminação e Zé d'água (Rafa) na filmagem. A Helena Tonioli (logo acima) na direção de plateia. Não podemos esquecer também do Ivan Cernev que montou todo o espaço cênico.
Contamos também com a participação especial de Susana e Paulo Rocha na música.

Isto aí que chamamos de Você na Cena é um Teatro de Reprise, onde as cenas vem de histórias e situações contadas pela plateia. Relaxamento e diversão garantidos.
O evento foi patrocinado pelo Projeto Criador, que é um trabalho social lá do Raízes que aos sábados acolhe CRIanças e ADOlescentes da vizinhança do Raízes.
O Você na Cena foi apresentado para os pais dessas crianças.
Valeu mesmo galera!

ca FÉ com LEI te (8)

?ergunte ao ?astor

90- Um crente que possui transparência se tatua com canetinha de retro?
91- O Alcorão proíbe o Álcool porque era mal o ?
92- Se um crente dá seu dízimo de vez em quando, ele dizima periódica?
93- Se um pastor não prega direito sua mensagem cai?
94- Funcionários da Eletropaulo eram forçados a adorar os postes-ídolos?
95- É correta a oração em que o sujeito vai à frente do Verbo?
96- Um doador universal é aquele que contribui com a igreja do Edir Macedo?
97- Quem soltou o livre arbítrio?
98- É saudável o uso de silicone no seio da igreja?
99- O crente que vive lutando com inimigos invisíveis tem o dom quixote?
100- Salmodiar é o ato de cantar salmos a quem se odeia?
101- Do cruzamento do louva-deus com a cigarra, nasce um grilo pentecostal?
102- É verdade que o sapo que freqüenta a igreja da lagoinha "lava o pé "?
103- Quem apagou a toócha de Balaão?
104- Se um gato escaldado se converte, como fazer para batizá-lo?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

E-mailígrafos

Como já se tornou comum a utilização dessas viadagens nos e-mails, esses sinaizinhos no final da frase que tentam expressar um sentimento, - já que a palavra escrita é fria e sem performance – vou também contribuir com algumas sugestões. Aí você pode só usar o desenhinho (nossa, nunca escrevi essa palavra) economizando palavras para seus comentários.

..? Van Gogh
Para quando alguma coisa lhe parece louco, mas não deixa de ser genial.

..
))))
Nietzsche
Para quando um texto é presunçosamente filosófico, da voltas em si mesmo e só aponta para o que não é e nunca para o que é ou deva ser.


:{> Einstein
Quando algo é inteligente acima do normal.

c/:- Chaplin
Quando algo é gracioso, sensível e genial.

/:- Hitler
Para quando algo é absurdamente invasivo e unilateral. Serve também para fundamentalistas que querem queimar tudo o que não é... Fundamental.


:{{{{{{{ Moisés
Para quando uma coisa tem muita lei e nenhuma graça.


§§:) Carmem Miranda
Para quando uma coisa é bem a nossa realidade.

..
Ç
gatinho
Para aquelas mensagens, poesias (de porta de igreja evãgélica) ou de fundo espírita, que são fofinhas, mas não te serve pra nada.

! ! dog alemão
^
Para quando um texto é gigante, mas proporcionalmente inócuo. Não faz mal nem incomoda ninguém. (a não ser que alguém tenha perdido tempo em ler até o fim)

“..” corno
Para quando uma coisa foi claramente adulterada.

$} evãgélico
Para quando... Bem, você sabe para quando.


Tchau, até a próxima :)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mais vale um ato louco que mil sãos


A defesa inusitada feita por René Higuita, da Colômbia, apelidada de "escorpião" em um amistoso contra a Inglaterra no dia 7 de setembro de 1995, no Estádio de Wembley, lhe rendeu o prêmio de melhor jogada da história do futebol em uma pesquisa
feita pelo site inglês Footy Boots.

Ninguém entra para História sem um ato louco.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Zoombeatles


"nós só estamos buscando um pouco de paz."

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Dito e o Implícito

O Dito e o Implícito são irmãos inseparáveis,
porém, contraditórios.
O primeiro diz uma coisa,
o segundo outra.
O Dito é sintético,
o Implícito é antiético.
O Dito faz ouvir,
o Implícito faz pensar.
O Dito fica no chão,
o Implícito fica no ar.
Filhos da mesma mãe,
mas de gênios diferente:
O Dito é covarde,
o Implícito renitente.
O Dito é bonito,
o implícito é medonho.
O Dito vai às festas...
O Implícito às favas.
O Dito se dá com parentes,
o Implícito é transparente.
O Dito é uma benção,
o Implícito uma maldição.
O Dito é menino mimado,
o Implícito campo minado.
O Dito estudou nas melhores escolas,
o Implícito confessou suas colas.
O Dito é a luz que cega,
o Implícito a penumbra que revela.
O Dito mamou nos fartos seios da hipocrisia,
o Implícito na mamadeira requentada da acrasia.

//

Vamos a uns diálogos. A primeira frase é do Dito; a segunda do Implícito.
Marido e mulher:

Ele
-Meu bem, que tal um cineminha hoje?
-Vamos ao cinema hoje, porque no resto da semana estarei envolvido com outras coisas e não poderei dar atenção a você?

Ela
-Eu topo, faz tempo que não vejo um filme.
-Claro, há quanto tempo que não conversamos e esta vai ser uma ótima oportunidade.

Ele
-Legal. O que você quer ver?
-Mas você que escolhe o filme... Estou cheio de ouvir suas críticas ao que escolho.

Ela
-Oba! Ah... Algo bem romântico.
-Ok. Algo que retrate um pouco da nossa situação e você abra seus olhos.

Ele
-Opa! É o que eu quero também.
-Pra mim está ótimo. Quem sabe tenha cenas bem quentes e que te estimule depois...

Ela
-Então me dá um beijo...
-Dá um pouco de carinho vai...

//

Entre Patrão e empregado:

Empregado
-... Sabe o que é... Eu recebi uma proposta de outra empresa.
-... Quero saber se você vai me valorizar agora cobrindo essa oferta...

Patrão
-Que pena, será que não dá pra gente conversar?
-Tá bom, fala logo quanto você quer seu desgraçado.

Empregado
-Claro que dá. Embora a oferta seja irrecusável, eu gosto muito daqui...
-Agora você quer conversar né, seu safado?!

Patrão
-Olha, dá um tempo pra mim até amanhã que eu vou ver o que eu consigo com os diretores.
-Eu vou dar uma enrolada até amanhã e tentar descobrir com seus colegas se é verdade ou se você está blefando.

Empregado
-Tudo bem. Não quero tomar uma atitude precipitada mesmo.
-Por mim... Eu vou sair de qualquer jeito mesmo... Esse joguinho é só pra ver vocês perderem um tempinho comigo.

//

Entre o pastor e a ovelha:

Ovelha
-Meus parabéns pastor, que sermão!
-Veja, sou alguém que te dá apoio, mesmo com os mesmos sermões de sempre.

Pastor
-Muito obrigado minha irmã... Glórias ao Senhor.
-Nossa! Lá vem você de novo... Não tem capacidade para entender meus sermões e vem fazer média.

Ovelha
-Quando o senhor vai à minha casa?
-Quando você vai fazer alguma coisa que justifique seu salário?

Pastor
-Você acha que não estou ansioso por isso?
-Você acha que eu vou procurar sarna pra me coçar?

Ovelha
-Minha família espera pelo senhor, para nos conhecermos melhor.
-O senhor vai ver como somos crentes e tudo que temos pra falar da igreja...

Pastor
-Minha querida, que benção!
-Minha nossa! Que provação!

Ovelha
-Vou esperar eim?!
-Vou esperar sentada viu?!

Pastor
-Não acredita no seu pastor? Se eu falei que vou...
-Que mulher chata você! Se eu falei que vou é só pra me ver livre agora... Ninguém merece!

Ovelha
-Então ta. A Paz do Senhor pastor.
-Ta bom... Deus tenha misericórdia do senhor.

Pastor
-Paz irmã.
-Passa irmã!

//

Bem, mas isso também é só o meu Dito. Descubram o Implícito.

sábado, 19 de julho de 2008

A Flor de Ana

Quem colheu a flor de Ana,
e onde lha pôs por capricho;
num bar, num baú, num nicho?
Parte da parte mais freudiana.

Talvez do vício lhe culpem
e o vermelho da flor
reflete o rubro que escondem
por nunca beberem da dor.

Não é a flor de Bilac,
o realismo de Balzac,
que explicarão sua ausência.

É o jardim morto da apatia;
o silencio vivo da coxia
e um’ Ana seca por clemência.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sr. Thomas Williams e sr. Rick



Cenas de As Lágrimas de Blanche Dubois. Não precisa comentar.