sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pensar dores

- NIETZSCHE!
- Saúde.
- Obrigado.
- Tá Marx eim?!
- Tô com uma Adorno corpo danada...
- Cuidado eim, com mosquito da Heidegger.
- Arquimedes que eu tenho de ficar doente...
- Estou brincando.
- Acho que foi o Schopenhaeur de ontem?
- Quânticos?
- Sete, e cinco Pasteur de Bacon.
- Nossa! Fosse eu teria posto os Boff pra fora.
- Sabe como é... Um tira Agostinho aqui outro ali...
- Sei, e acaba no Soren...
- É só uma Wittgenstein.
- Quer um Karl de fruta?
- Zenão, obrigado.
- Você precisa parar com essa mania de Feuerbach todo dia...
- Pascal é o problema?
- A coisa pode ficar Rousseau pro teu lado.
- Que nada... Só preciso tirar uma Sêneca e tudo bem...
- Sartre dessa vida!
- O problema é que eu Goethe tanto de cantar num Karl o que...
- Hannah?
- É isso mesmo... Quem Kant seus Tales espanta.
- Ora, me Popper!
- Vai me dizer que não Goethe de Tomás de Aquino com os amigos?
- Gustav, não Goethe mais.
- Nem Jung golinho?
- Não!
- Max por quê?
- Gustav, até o dia que não pude Voltaire pra casa sem ajuda...
- Isso é Freud mesmo...
- Anaxágoras mudei o Foucault da minha vida.
- É?
- Por isso, Newton nem aí se quiser se acabar, mas não Comte comigo.
- Spinoza senhora! Senti uma Pitágoras de amargura aí...
- Problema Ptolomeu.
- Calma! Einstein com algum problema?
- Desculpe... Ando me sentindo Schleiermacher...
- hum, hum...
- Tenho medo de ficar Sócrates...
- Besteira.
- O médico disse...
- Pode falar, o Kierkegaard que seja...
- O médico disse que estou com... Strauss.
- Puxa! Que nada a ver... Mas não Descartes a possibilidade.
- Platão Confúcio pra mim.
- Heigel a cabeça rapaz!
- Acho que eu é que estou precisando de um Schopenhaeur...
- É assim que se fala! Quer do claro ou Epicuro?
- Epicuro.

- NIETZSCHE!
- Zeus te crie.
- Arendt.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ver-me Verme

Antes de falar mal daquilo que amo,
pense no que podes fazer de amável.

Pode ser que, sendo sujo e detestável
aquilo que lindo e raro chamo,
enoja-o, pois longe se há de Deus
e próximo da mazela que rebuças.

Chamo a dar-te teus braços aos meus
e juntos rodearmos o fosso das buscas.

Não seria ele, o diabo, o mal, o feio,
quem mais dele, do Deus, do sumo bem,
perto esteve e impressionado veio
com as palavras que melhor o descrevem?
Este que digno não se viu
para que ao lado daquele convivesse
e em cuja presença torna vil,
como pueril a intenção mais nobre.

Tem a ver com a beleza de um Deus,
quando o tosco e o louco
deixam vazar por delicado sulco
o perigoso rio do inefável.

Acusa-me e consola-me
quando ao ver-me verme,
no nítido reflexo corrente,
a imagem rica e indigente...

Tudo isso como a seco,
sem nenhum diabo para amassar,
pois que o pão já é duro
e a fome não parece passar.

Mendigo dádivas daquilo que amo
àqueles que esnobam sua lama.
Para Deus venderam a alma;
ao diabo apenas o corpo.

Zona da Resposta

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ca FÉ com LEI te (10)


?ergunte ao ?astor

116 - Adão tinha umbigo?
117 - Quem não defende nenhuma grande tese vive sem tesão?
118 - Por que os seguidores do Cravocruz brigaram com os seguidores do Rosacruz?
119 - Os religiosos que vivem com uma funda na mão são denominados fundamentalistas. Falso ou Verdadeiro?
120 - Miquéias foi um profeta menor que pregou na Disneylândia. Falso ou Verdadeiro?
121 - Se houver cisão na igreja Projeto Raízes e parte dos membros se juntarem a outros dissidentes da igreja quadrangular, nascerá a igreja Raiz Quadrada?
122 - Os sapos que freqüentam a igreja da lagoinha lavam os pés uns dos outros?
123 - Um seminarista só diz meias verdades?
124 - A algazarra que fazem na igreja e com a igreja é devido a uma má interpretação do que Jesus quis dizer com: “ser como uma criança”?
125 - O que leva uma pessoa, que se diz cristã, a perder seu precioso tempo formulando questões tão irrespondíveis quanto insignificantes?

Extra! Extra!

Alguém me ajudaria com uma manchete pra isso aí?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Culto Circuito

- Vai uma bolinha de neve?
- Não obrigado...
- Deixe de ser quadrangular.
- Antes quadrangular que independente de drogas...
(silêncio)
- Quer jogar epístolas?
- Prefiro jogar penteca.
- Hebreu eim... Sou milhomens rapá; isso é jogo de presbi!
- Falô varão! Aposto que curte um gospel a distancia...
- Pra falar verdade, xadrez.
- Ah! Confessou! Apóstolo que teu negocio é mexer com bispos!
- E comer a dama principalmente...
- Porco calvinista!
- E você é um malafaia sem alça do carisma!
- Isso vai lhe custar kairós.
- Vai entrar com uma unção contra mim?
- Pode apostatar.
- Vai em crente então. Templo é dinheiro!
- Vou te por no episcopal!
- Você vai entrar pelo canon, só isso.
- Quero mais que você gomorra!
- Hebreu eim... Vai soltar os pastores em cima de mim agora?!
- Não sabe do que eu sou a paz...
- Vai em crente... Uma lagoinha só não faz valadão...
(silêncio)
- Fique sabendo que eu não estou jó.
- Não tenho medos nem persas de você.
- Então vai aprender a não meter o nazireu onde não foi vocacionado.
- Você não devia me salmodiar assim...
- Vou acabar metendo a mão na sua ovelha.
- Vai em crente! Ou precisa de a judas?!
- Fico púlpito com isso!
- Com o que?
- você está Calvino de saber... Essa tua cara de cântico.
- E você é um perfeito palhaço de circuncisão!
- Vou te pecar lá fora...
- Pode vim... Vou arrebatar com você...
- xxiiiiuuu, o culto está começando...
- Bom culto pra você.
- Deus te abençoe.
(silêncio)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Espécies

Um beija-flor alimentando seus filhotes,
vale menos que uma tartaruga de pente,
que vale menos que a garça e se sente
menos que uma arara nada rara,
que se troca por dez beija-flores...
Mas que também vale menos
que um mico-leão-dourado,
este sim, raro e procurado,
mas nem tanto com’a onça-pintada,
qual feitiço só nos poupa
quando fisgamos a garoupa.

Uma mãe amamentando seus coitados,
vale menos que uma dama cínica,
que oferece uma dança à corrupção,
mas que vale menos que deputados
que vendem a honra por posição;
sem chegar aos pés dos biocos
atores do senado longe da extinção,
que valem menos que outros bichos,
sorrateiros e tanto mais sinistros;
uns bacharéis e uns ministros,
orgulho das espécies da nação.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Trema

  • E agora?
  • Encare a realidade... Fomos extinguidos.
  • Sem direito de argüir...
  • arguir, você quer dizer...
  • E o “U”... Aquele falso!
  • Ele não tem culpa.
  • Mas poderia ter feito alguma coisa por nós.
  • O que faria?
  • Não sei, mas sempre dependeu de nós pra ter voz...
  • Pois é parceiro, agora não depende mais...
  • Não vou agüentar.
  • Aguentar, você quer dizer?
  • Não sei como você pode ficar tão tranqüilo.
  • Tranquilo?
  • Para com isso!
  • Desculpe... Só quero te ajudar esquecer.
  • Como? Acho que você é que tem que cair na real. Não existimos mais! Somos dois defuntos conversando!
  • Calma, amigo. Podemos ser reaproveitados; reciclados. Tá na moda.
  • Não dá! Um pontinho é alguma coisa, três juntos também... Mas dois pontinhos não são nada!
  • É verdade. Por que não acabaram com aquele três-pontos?! Vivem deixando as coisas no ar.
  • Politicagem, essas coisas...
  • Espera aí; e se eu subisse em cima de você?! É isso! Poderemos ser um belo e atraente Dois-Pontos!
  • Nem pensar! Você sabe que um ponto em cima do outro é sempre oportunidade pra alguém falar.
  • Deixe que falem.
  • Já estou imaginando: olha lá! Aquele não era o Trema? Que degradação! Que vergonha!
  • Não liga. O mundo está mudando. O importante é estar feliz.
  • Tá. Mas por que não eu em cima de você?
  • Pode ser. A gente reveza.
  • Não! Prefiro ser um delinqüente.
  • Delinquente! Delinquente!
  • schif...rschif...
  • Você tá chorando!?
  • Me deixa!
  • É isso! Tive uma idéia!
  • Desiste.
  • Você que me deu essa idéia!
  • Ahnn?
  • A gente "se deixa" por um pouco. Procuramos outro Trema e propomos uma saída para ambos os quatro.
  • Não to entendendo.
  • Veja: dois Tremas juntos podem dar num Ponto-Final e uma Reticências!
  • É mas...
  • Mas o que?
  • Um ficaria só.
  • Sim, mas decidido e assertivo como um Ponto-Final! Um Ponto-Final não tem crises!
  • Não sei não...
  • Está bem! Eu fico sozinho e você vira uma reticência junto com os outros.
  • schif...rschif...
  • O que foi?
  • Você é tão frio...
  • Estou buscando uma sobrevida pra nós, só isso.
  • Aquele “U” traidor do cassete!
  • Esquece cara!
  • Não me conformo.
  • Olha... De repente você pode conhecer uma vírgula interessante e subir nela, com o seu consentimento é claro.
  • E me tornar um ponto-e-virgula?! Quem liga para um ponto-e-virgula?
  • Pelo menos ele existe... E quem liga para um Trema velho, inútil e resmungando pelos cantos?
  • Vou iniciar um levante com outros Tremas!
  • Tá, e daí?! Sem o “U” vocês são manchinhas no papel. Cocozinhos da impressora. O cara simplesmente amassa a folha e imprime outra.
  • Arrumamos um líder eloqüente...
  • Sim, arrumam um líder ELOQUENTE e ficam em frente da casa da Ortografia gritando: “Tremas! unidos! Jamais serão vencidos!
  • É e daí?!
  • A Ortografia vai achar engraçado. Um monte de pontinhos juntos é só uma textura e logo virão os tiros de bala de borracha para apagar todos vocês.
  • Podemos formar Tremas kamikazes e espatifá-los em cima dos textos!
  • Tá, mas aonde vocês vão achar esses mártires? Coragem nunca foi virtude dos Tremas... O nome já diz: Trema. Tremerão de medo, e mesmo se acharem algum louco, tremerá tanto que cairá fora do texto e do contexto.
  • Vou me matar.
  • Morto você já está... Você quer dizer, se apagar? Se deletar?
  • É.
  • Ninguém vai ligar...
  • Nem você?
  • Não é isso! Estou dizendo que ninguém vai ligar os fatos, que você se deletou pela causa dos Tremas.
  • Tudo bem. Não me importa. Quero me apagar por mim mesmo. Vai ver se eu não tenho coragem...
  • Tive outra idéia!
  • Nem vem!
  • É sério. Lembra daquele cara que conhecemos num texto alemão?
  • Müller?
  • Isso! O bilíngüe!
  • Que que tem?
  • Podemos ir para lá com ele!
  • Como?
  • Entramos num texto e negociamos com uma mulher...
  • Uma mulher? Que tem a ver?
  • Procuraremos até encontrar uma que já não queira mais ser mulher com “h”...
  • Mulher com “h”?
  • Sim! Aí substituímos o “h” por mais um “l” e pronto! Temos um Müller para fugirmos, nós três!
  • schif...rschif... Você é demais. Eu te amo!
  • Vem, vamos achar nossa salvadora e brindar esse nosso último texto nessas terras!
  • schif...rschif...

Cai o pano.

F I M


terça-feira, 9 de setembro de 2008

Era uma vez um Deus que ninguém amava

Era uma vez um Deus que ninguém amava...
Pudera, inalcançável era.
Só conseguia fazer com que o buscassem; desesperadamente.
Era um Todo Poderoso que ninguém imitava.
Só conseguia fazer com que o temessem.
Sublime e triste,
só conseguia que o cultuassem.
Até que gostava dos cultos, sacrifícios, respeito...
Mas tudo virava tédio. Solene tédio.

Como um Deus - pensava ele - pode não poder algo?
Sou capaz de amar, mas não me fazer amar...
Resolveu arriscar – vou me confessar, pessoalmente.
Seja o que Eu quiser!

Auto-transformou-se em alguém fragilmente amável
e veio brincar no quintal do mundo.
Agora corria, sorria e transpirava;
tocava, abraçava e fugia;
chorava, comia e bebia;
sofria, gritava e gemia...
Até que finalmente ele conseguiu que alguém dissesse:
Um Deus assim eu consigo amar...

Dizem que nunca mais foi o mesmo,
e que ainda é visto andando por aí...
Nas ruas, campos e praças a esmo,
mas já não o podem ver aonde vai.
Dizem até que foi sonho,
e jamais houve um Deus pra se amar.

Era uma vez um Deus que ninguém amava...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Banco Imobibliário temático

Agora você já tem um bom motivo para matar o culto no domingo.
O novo Banco Imobibliário trás o universo evangelical como tema, para agradar crentes e pagãos. Você pode jogar com sua família, vizinhos ou mesmo na sua Koinonia (aqueles grupos que alguns chamam de Célula; Pequeno-grupo... Na verdade um segregamento natural de pessoas de uma comunidade que pensam mais ou menos do mesmo jeito. Os mais maldosos chamariam de panelinhas... Mas isso não importa).

As regras são as mesmas do jogo que você já conhece, com exceção dos valores, que é pago ao banqueiro em porcentagem do salário (renda bruta).
O objetivo também é possuir o monopólio do mercado imobibliário.

Não recomendável a crianças pequenas por possuir “peças” que poderão ser “engolidas”.

Boa diversão!