segunda-feira, 1 de março de 2010

Sentido


Aos poucos se vai abaixando
a angústia do caçador que,
em busca cega no bosque,
sente a fera lhe abandonando.

Seu tempo é feito de noites
de espreita e de sã covardia,
teme que se aproxima o dia
e com ele sobreviva morto.

Um homem que vive da espera,
gastando a sola pisando torto,
se equilibra na esfola do próprio corpo.

Não adianta se matar para ter uma vida,
nem correr para ter a veia desentupida;
a presa do sentido prende e dilacera.

2 comentários:

Alice disse...

Não adianta se matar para ter uma vida,
nem correr para ter a veia desentupida;
a presa do sentido prende e dilacera.

isso é música para os meus ouvidos.


bjussssssssss

wilson tonioli disse...

Alice, obrigado. Sempre muito generosa.

bj