sábado, 30 de abril de 2011

Operação sorriso

Lançamento da nova campanha da Pepsi para ajudar as crianças da Operação Sorriso de toda a América Latina!
Para quem não conhece, a ONG ajuda crianças com lábio leporino e fissura palatal provendo cirurgias gratuitas. Desta vez o aplicativo funcionará no Facebook de uma maneira muito simples: Nele, vocês poderão ouvir as risadas das crianças atendidas pelo projeto. Para cada play, a Pepsi doará US$ 0,50.
Divulguem para seus amigos e inimigos. Espalhem em suas redes sociais.

Segue o link:
http://apps.facebook.com/operacion_sonrisa/

domingo, 24 de abril de 2011

Minha Ressurreição

Hoje pela manha tentei ressuscitar,
uma pedra me impedia;
a que eu insisto em carregar...
E eu era o mesmo doutro dia.
Tentei me renovar,
e uma podridão me florescia,
de tanto eu me louvar;
e eu era o mesmo doutro dia.
Hoje pela manhã tentei renascer,
e o manto de mim mesmo me envolvia,
já tão apegados do meu ser,
os lençóis da hipocrisia.
Tentei me ver ressurreto,
apareceu-me um anjo que trazia
um espelho e bem de perto,
eu era o mesmo que ali jazia.
Hoje pela manha tentei ressuscitar
e a escuridão zombava e seduzia...
Só quando parei de tentar
e uma criança em mim morria,
foi que percebi estúpido:
só quem morre vai reviver.
saí para fora resolvido:
todos os dias vou morrer...

sábado, 9 de abril de 2011

É absurdo, mas não é mudo

Toda vez que ocorre uma tragédia verdadeira, - como essa da chacina na Escola do Realengo, no Rio - a reboque vem os questionamentos. Alguém precisa explicar. Deve de ter uma razão. O que dizem os especialistas... Inventam-se mil coisas. Inúteis. O absurdo ri das teorias.

A dor da tragédia reside aí mesmo. Não há explicação. Não há como se livrar: o absurdo existe e devemos arcar com ele. É absurdo, mas não é mudo. É gritante. E é meu e é seu, é de todos nós. Não tente se livrar dele. Ao invés, renda-se. A natureza humana é nossa roupa da qual não conseguimos nos despir.

A tragédia existe para afirmar a totalidade da vida. Não adianta orar, rezar, acender vela, buscar passe, meditar, se benzer, tornar-se um sujeito melhor... Absolutamente nada vai te proteger. Nem pense que você terá um livramento especial. Só a morte nos protege da vida.

Agora eu pergunto: quem chorou no dia seguinte? Quem passou mal o dia inteiro, como se tivesse engolido uma bolinha de gude, e o peito fosse estourar? Quem usou alguma vestimenta preta no dia seguinte? Quem fez um jejum de sorrisos? Quem rezou pelas famílias envolvidas? Quem transformou a indignação em ação física?

Como no Mito de Sísifo, que vivia de empurrar uma enorme pedra morro acima só para vê-la despencar, também sofremos dessa maldição, de ter que voltar sempre às mesmas tarefas, não importa o que aconteça ao nosso redor, e dizemos: a vida continua... Assim, o sem-sentido do absurdo nos domina e ainda chamamos a isso de vida.

Já que temos que suportar o absurdo, por que não o fazemos juntos? Quem sabe uma dor sentida que é espalhada para um raio enorme de outros seres humanos, não torne a dor lancinante do núcleo mais branda? Lembre-se que a fera do absurdo se alimenta da carniça do egoísmo.

Responda à voz do absurdo, não com ar prepotente e cínico, fazendo que não é com você e que está no controle de tudo. Responda à voz causticante do absurdo com lágrima e gestos.

sexta-feira, 1 de abril de 2011